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Brasil fecha 1,2 milhão de vagas com carteira assinada no semestre

O mercado de trabalho brasileiro encerrou 1.198.363 vagas com carteira assinada no primeiro semestre deste ano, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foi o pior resultado para o período de toda a série histórica do Ministério da Economia, iniciada em 1992.

“É natural que isso aconteça. E a maior crise da história do país”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, em referência ao impacto da pandemia de covid-19 sobre a economia brasileira.

Apenas no mês de junho, houve o fechamento líquido de 10.984 empregos formais, após 895.460 admissões e 906.444 desligamentos. O resultado é o pior para o mês desde 2016, quando foram fechadas 91.032 vagas.

No entanto, trata-se de uma forte desaceleração no saldo negativo de vagas na comparação com abril ( fechamento líquido de 918.286 postos) e o de maio (encerramento de 350.303 vagas).

O resultado também foi melhor do que o esperado por economistas consultados pelo Valor Data, que previam um corte de 58,4 mil até 385,7 mil postos. A mediana das expectativas indicava perda de 197,9 mil empregos no mês.

O volume de desligamentos em junho está 24% abaixo do observado no mesmo mês do ano passado. As admissões, no entanto, também estão 28% abaixo do registro em junho de 2019. Já em relação a maio, houve queda de 16% nos desligamentos e alta de 24% nas admissões.

Diante de tanta diferença entre o esperado e o registrado, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse não ver risco de subnotificação nos dados do Caged. Segundo técnicos do ministério, não foram observadas oscilações anormais nos registros. O secretário Dalcolmo acrescentou que há “zelo grande pela solidez da base de dados" e que não é preciso “desconfiar de dados positivos”. “Se a economia está reagindo, os dados estão confirmando.”

Para Bruno Bianco, os números indicam melhora na economia e na curva do emprego formal. “Há perspectivas muito positivas para os próximos meses”, afirmou. Segundo ele, o país “tem tudo” para ter uma recuperação em “V”, como tem defendido o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Os números do Caged demonstram que isso é muito possível”, disse. “Com as políticas públicas feitas, o Brasil tem conseguido preservar empregos”, disse, acrescentando que “outros países não tem tido o mesmo êxito”. O secretário destacou ainda que o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) já está chegando a 15 milhões de acordos feitos.

 

Junho


Em junho, três dos cinco grandes setores da economia registraram cortes de postos de trabalho, como Indústria Geral (-3.545), Comércio (-16.646) e Serviços (-44.891). Por outro lado, houve geração de vagas em Agricultura (36.836) e Construção (17.270).

Ainda no mês, três regiões do país apresentaram saldos positivos de emprego em junho, com abertura de 6.547 postos no Norte; de 1.699 no Sul e 10.010 no Centro-Oeste. Por outro lado, houve fechamento de 28.521 vagas no Sudeste e de 1.341 no Nordeste.

No acumulado do ano, o saldo líquido está negativo em 1.198.363.

 

Trabalho intermitente

Os dados do Caged mostram que o país gerou em junho 5.223 novos postos de trabalho intermitente, modalidade criada pela reforma trabalhista que permite jornada em dias alternados ou por horas determinadas.

O número é resultado de 11.848 admissões e 6.625 desligamentos.

 

No chamado regime de tempo parcial, foram registradas 5.889 admissões e 11.461 desligamentos, gerando saldo negativo de 5.572 vagas.

FONTE: VALOR ECONÔMICO por Mariana Ribeiro

 

 

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